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Nota sobre as atuais manifestações

Nesse período de mudanças e revoluções, sinto-me um tanto quanto perdida em mim mesma. Não entendo, logo eu que sempre fui de ter postura à frente das coisas, ou pelo menos sempre, ao contrário de muitos, me utilizei de minha capacidade de ser pensante que sou, acabei não me posicionando quanto à tudo que está acontecendo.
Quer dizer, posicionar até que sim. Sou a favor das manifestações, acho que o povo tem de se mobilizar mesmo e ir às ruas para que algo neste país seja alterado, por mínima que seja tal mudança; acredito que isso já estava passando da hora de acontecer inclusive. Mas sou contra pessoas que usam desse tipo de movimento para destruir os bens públicos, que acha que a violência é um meio válido, que usa da ignorância e da força bruta pra mostrar o que pensa.
Mas eu não tive vontade nem motivação de ir às ruas.
Desculpa, sociedade, mas é a verdade.
Talvez porque eu, apesar de profundamente indignada com a situação de descaso com a qual o governo brasileiro trata tudo que é público - saúde, educação, transporte e afins -, não acreditei que levantar minha bunda gorda e rechonchuda da cadeira para  ir à uma manifestação mudaria alguma coisa (Sim, sou extremamente cética quanto à maioria das coisas ao meu redor) ou talvez por medo de levar um tiro de borracha ou de cair desmaiada por alguma bomba de gás.
Sou boa com as palavras, não com ações.
Mas acho digno o que boa parte da população brasileira vêm fazendo, buscando, enfim, o que é seu de direito.
Afinal, alguém tem de fazer isso.
Aos que merecem, os meus parabéns.
Àqueles que agem de má fé e violência, que se aproveitam disso tudo, o meu desprezo.

Isabela Santiago

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