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Tão longe de tudo


Não sei se por ser um tanto quanto sentimental, mas eu tenho uma certa capacidade me machucar com facilidade.
Eu tô sempre com pelo menos um hematoma nas pernas, um arranhão nos braços e um corte que seja em algum lugar. Não, nunca faço isso propositalmente, eu sou realmente desastrada, distraída, que seja.
Mas não é somente no meu corpo que constantemente aparecem pequenas chagas.
Sabe, eu sou o tipo de pessoa que tem sentimentos acentuados. Sou intensa, como sempre digo.
E talvez por ser intensa, eu normalmente me machuco com as pessoas que eu amo, mesmo quando não é de fato intencional machucar-me.
Mas uma coisa que eu tenho aprendido é valorizar.
Valorizar o que me faz bem, valorizar as pessoas que se preocupam comigo e fazem por merecer meu amor, minha gratidão, meu respeito.
E talvez, junto desse novo aprendizado, eu tô enxergando com mais frieza quase tudo que acontece ao meu redor.
Não deixo de me importar, mas pelo menos, tô aprendendo a me afastar daquela gente que não dá a mínima pra aquilo que eu sinto, pra aquilo que eu penso e sou.
Cada dia, quero a leveza de poder enxergar o que é de fato bom pra mim, e saber valorizá-lo.Mas acima de tudo, quero aprender a desapegar gradualmente de tudo e todos aqueles que se tornaram apenas um fardo inútil em minha vida, já que não me acrescentam nada mais.

Isabela Santiago

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