Unhas pintadas de vermelho sangue, supostamente como estivera um dia seu coração, há tempos atrás.
Coração pulsante, cheio de vigor e vontade de acreditar no amor e nas pessoas. Que por mais uma vez fora partido por elas.
Este deixou de ser o mesmo depois de tantos baques, tantas esperanças desfeitas.
Tornou-se então, um tanto quanto sombrio e o tom de vermelho vivo tornou-se escuro, assim como os tons que ela frequentemente usava nas unhas, nas roupas, nos sentimentos.
Permitiu-se, pela primeira vez na vida, trocar sua imensa bondade por amor próprio, não deixando assim, ser pisada por quem quer que fosse. A sensação de poder se apoderava dela a cada sorriso áspero que trocava, hipnotizando quem passasse por sua frente.
Seu olhar tinha esse poder, então. De matar, de acabar com alguém.
E o melhor: ela sabia disso.
Não que quisesse realmente pisar nas pessoas como forma de vingança a todo mal que lhe fizeram, não. Ela só queria se sentir bem consigo mesma, acreditando que estando por cima, satisfazendo seu imenso ego, estaria completa. Enquanto não a machucassem, estaria bem, e a melhor forma que encontrara para isso era se escondendo por detrás daqueles olhos grandes e negros e da ironia que usava para quase tudo.
O medo de perder, de cair, de errar já não faziam parte de si. A força que a mantinha viva era superior a qualquer tipo de medo, de perda.
As certezas que a tornavam tão imbatível, eram absolutamente concretas, e nada que viesse de fora seria suficiente para atingi-la. E se por um lado era forte, por outro também era.
Isabela Santiago
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